26.3.08

O fetiche do défice

Há muito que se sabia do fetiche da classe política à volta da problemática do défice. Não é que o défice prejudique directamente Portugal e os portugueses, muito pelo contrário. Aliás, os portugueses é que têm visto a sua vida económico-financeira gravemente alterada para que o fabuloso do défice ficasse abaixo dos 3% exigidos pelos federastas-mor de Bruxelas. Este é um dos muitos exemplos que poderia referenciar para comprovar a perda da nossa soberania que estamos a viver depois da adesão à C.E.E. e, mais recentemente, à União Europeia. Contudo, federalismos à parte, o certo é que temos mesmo de ficar abaixo dos tais três por cento exigidos pela UE sob pena de nos ser atribuída uma multa para liquidar na ordem dos milhões de euros (ME). Ora, hoje, o nosso engineering, José Sócrates, fartou-se de salientar esta grande vitória como se fosse este mesmo feito que resolvesse mais de metade dos problemas das famílias portuguesas. Numa palavra, vergonhoso!
Há alguns dias atrás, enquanto lia o diário económico, fiquei a saber que existem mais de 100mil novas famílias portugueses a sofrerem de stress financeiro. Passado alguns minutos, num noticiário qualquer, um lacaio do governo foi dar o dito pelo não dito como se nós todos não soubéssemos das actuais dificuldades das famílias portuguesas. Ao longo de várias décadas, inclusive agora, a família - célula base da nossa sociedade - tem sido mandada apertar o cinto em prol de se conseguir atingir o objectivo máximo do governo de Sócrates & companhia LDA, o défice. Para se combater um défice orçamental existem duas possibilidades: se por um lado poderíamos diminuir a despesa pública, também não é menos verdade que o aumento dos rendimentos obtidos pelo Estado seria uma solução menos má. Ora, a solução mais óbvia seria, a meu ver, alterar a despesa do Estado tendo em conta uma poupança de esforços ao zé povinho e ás suas economias próprias. Mas não, muito pelo contrario foi a tomada de posição do governo que, mais uma vez, deu o dito pelo não dito e aumentou os impostos e subiu o IVA de 19% para 21%. Mas como é necessário jogar para a dobradinha (ou seja, a reeleição do governo do PS e com preferência acompanhada da maioria absoluta), o governo já anunciou a diminuição do IVA em 1%. Tudo isto para dizer que a campanha eleitoral já começou!