8.3.08

notas soltas

Não poderia ficar indiferente à manifestação de hoje.
Apesar de tal evento ter sido convocado por plataformas sindicalistas ligadas a partidos responsáveis pelo actual estado da educação em Portugal, é nossa obrigação reflectir sobre isso mesmo. Jamais se poderá virar as costas a mais de 90 mil pessoas descontentes, mais a mais quando se trata de um sector tão frágil como a educação. Em primeiro lugar, sem quaisquer interesses particulares, deveria-se encarar a educação como um processo de transmissão de conhecimentos e experiências de modo a dotar as alunos correctamente para a vida social e profissional, coisa que nunca aconteceu na educação depois das reformas do pós 25 de Abril. Por outro lado, não se poderá cair no saudosismo fácil de dizer que antigamente é que era, porque efectivamente não o era. Como é óbvio, os problemas nas escolas reflectem as problemáticas gerais de educação; actualmente uma escola não é um local onde se aprende valores, conhecimentos e experiências, muito pelo contrário. Hoje uma escola é só mais um local onde se comercializa droga, onde se espalha o medo e a delinquência infantil e onde, inclusivamente, se maltrata os professores.
Ora, sendo este cenário bastante cinzento, ainda temos problemas de falta de coragem em se tomar políticas verdadeiramente corajosas e responsáveis. Tal como em todos os sectores da sociedade, cada elemento da educação, aluno e professor, é somente visto da perspectiva de mais um número. O argumento falacioso do governo, em que este se diz pioneiro na criação de um sistema de avaliação aos docentes, é meramente um jogada político-partidária que é colocada acima dos interesses da nação portuguesa. Não basta criar algo por criar, é preciso ser coerente e ter um mínimo de sensatez naquilo que se propõem para uma educação tão fragilizada com as sucessivas medidas ineficazes dos também sucessivos governos.
Mudar de ministra sem mudar de políticas é sinónimo de ficar tudo na mesma.

Haja coragem, a bem da nação!

Os jovens que saem das escolas de hoje serão os homens que tomarão os destinos de Portugal num amanhã cada vez mais próximo...